Como criei Liberdade na minha vida profissional?

Sinto que criei liberdade na minha vida profissional trabalhando a partir de casa numa aldeia de Trás-os-Montes, com liberdade de tempo, desenvolvendo trabalho com pessoas de várias partes do mundo. E por esse motivo decidi parar um pouco para te falar sobre o que me tem ajudado a criar liberdade nesta área tão importante das nossas vidas.

Antes de te falar sobre mim gostava de te falar sobre a definição de liberdade. Liberdade é um conceito muito amplo, segundo o dicionário Priberam é:

“Direito de um indivíduo proceder conforme lhe pareça, desde que esse direito não vá contra o direito de outrem e esteja dentro dos limites da lei.

Condição da pessoa que não tem submissões exteriores.

Estado ou condição daquilo que não está preso, confinado ou com alguma restrição física ou material.

Maneira de falar ou de agir sem tentar esconder sentimentos ou intenções (ex.: permita-me a liberdade, mas vou dizer o que penso). = FRANQUEZA, SINCERIDADE

Desrespeito consentido de certas regras ou convenções (ex.: liberdade criativa; liberdade poética). = LICENÇA

Capacidade de agir sem receio ou sem constrangimento. = DESASSOMBRO, OUSADIA”

A liberdade é um termo que está muito relacionado com a vontade de cada pessoa, a falta de liberdade é muitas vezes sentida por imposições exteriores. Muitas vezes somos nós que através da nossa ação fazemos com que sintamos uma imposição exterior quando na realidade é uma decisão nossa, por exemplo retiramos a liberdade que possuímos quando usamos palavras como “tenho de”, “preciso de”, “devo fazer”. Estas expressões subentendem uma sensação de obrigação, mas na realidade somos sempre nós a escolher mesmo que acreditemos que não. Por exemplo a grande maioria das pessoas diz “amanhã tenho de trabalhar” e normalmente eu questiono “tem ou quer?”. A pessoa normalmente argumenta que tem de ir trabalhar se não é despedida e depois deixa de ter dinheiro para pagar contas. A verdade é que existem várias possibilidades sempre e uma delas é não ir trabalhar. O que acontece é que a pessoa conhece as consequências que teria não trabalhar e por isso escolhe ir, não porque é uma obrigação ou a única possibilidade, mas sim por ser benéfico para a pessoa quando avalia as consequências das opções. Esta expressão faz-nos acreditar, ainda que de forma indirecta, que o poder sobre a nossa vida está fora de nós, enquanto que quando utilizamos expressões como: “eu escolho”, “eu posso” ou “eu quero” relembramos-nos que o poder está sempre de nós.

Responsabilidade

A liberdade trabalha-se através da responsabilidade. Aquilo que nós fazemos para criar responsabilidade não é fazer aquilo que nos apetece e de acordo com os nossos gostos ou aversões naturais, mas sim de acordo com aquilo que nos ajuda a criar a vida que pretendemos. As pessoas que criam liberdade movem-se por resultados de liberdade enquanto que as pessoas aprisionadas movem-se por ações que lhes permitam sentirem-se livres. O que quero dizer com isto? Por exemplo alguém que trabalha por conta própria e quer fazer sempre aquilo que lhe apetece e aquilo que gosta sem se desafiar a evoluir e a ultrapassar os seus próprios limites pode criar um resultado de uma vida profissional com rendimento baixo, ou sem rendimento, com poucos clientes, e com poucos ou nenhum lucro – para mim esta não é uma vida com liberdade.

O exemplo oposto seria alguém que também trabalha por conta própria, mas que se responsabiliza por estar em constante crescimento e evolução, mesmo que isso implique fazer coisas que desafie a pessoa, que a faça crescer. Alguém que faz ainda que se sinta desconfortável naquele momento porque a vai ajudar a criar a liberdade que pretende.

A liberdade tem significados diferentes dependendo da pessoa e é importante sabermos qual é o significado que tem para nós em particular. Muitas vezes acreditamos que a liberdade é fazer aquilo que queremos a todo o momento, mas depois descobrimos que não é assim. Costumo dar o exemplo de pessoas que num determinado momento não queriam ter rotinas de trabalho, queriam simplesmente viver a vida decidindo ir para uma comunidade de pessoas hippies. Algumas dessas pessoas passado um tempo percebem que afinal a vida que parecia ser de liberdade não é pois não conseguem criar dinheiro suficiente para viajar, comprar livros, ou experiências que eles apreciam.

O importante é avaliar: Eu com esta ação estou me a sentir livre, mas estou a criar a minha liberdade no futuro ou estou a criar aprisionamento?

Numa determinada altura da minha vida profissional, quando ainda trabalhava por conta de outrem eu sentia-me presa. Presa no horário de trabalho, presa nas decisões no meu desempenho no trabalho, presa na evolução que eu pretendia criar para a minha vida profissional. Muitas pessoas que vem ter comigo em busca de ajuda sentem exatamente o mesmo. O que sinto que é diferenciador é aquelas pessoas que sabem ou passam a ter consciência de que tem a liberdade de (re)criar a sua vida profissional através de escolhas e ações progressivas.

No meu caso

O que hoje me permite trabalhar a partir do local onde vivo, na natureza, numa aldeia em Trás-os-Montes, com horário gerido por mim, a acompanhar pessoas em várias partes de Portugal e do mundo foi a responsabilidade que eu tive para fazer aquilo que me iria apoiar a ter liberdade:

Quando em 2015 senti que já tinha contribuído o que tinha para contribuir e crescido o que tinha para crescer, como Técnica de Gestão de uma instituição social, decidi avançar para uma nova aventura, na banca, responsabilizando-me pelas consequências dessa decisão. Eu tinha consciência que estava a despedir-me de um emprego “para a vida” com um bom ordenado para iniciar um percurso na banca com contrato de 6 meses, sem garantias nenhumas de ficar.

Em 2018 senti que o meu lugar não era a trabalhar num banco. Depois de estar 3 anos tentar conquistar o meu lugar na banca e depois de já o ter conquistado tendo até indicadores de que iria ser promovida, decidi seguir novamente para outra aventura iniciando o meu percurso como empresaria em nome individual.

Criei uma parceria e desenvolvi atividade como consultora imobiliária. Foi nesta altura que comecei a aprofundar o meu processo de desenvolvimento pessoal, conhecendo-me melhor e confiando mais no meu potencial. Depois de 2 anos a trabalhar nesta área com um reconhecimento profissional pelo trabalho que estava a desenvolver decido tirar a minha certificação como coach e trabalhar a partir de casa guiando as pessoas a fazer o percurso que eu fiz.

Tem sido um caminho de criação de liberdade, não se trata de fazer aquilo que me apetece sem colocar energia na liberdade que quero criar. Trata-se sim de ouvir o coração e segui-lo mesmo que muitas vezes me tire da zona de conforto e da liberdade de fazer o que me apetece.

O que te me tem ajudado a criar a liberdade nesta área da minha vida?

Decidir

Tomar decisões e agir de acordo com as decisões que tomo. A maior liberdade que temos é o poder de escolha entre as múltiplas possibilidades que existem em cada momento. Então, a grande maioria das vezes eu decido fazer aquilo que me ajuda a criar a vida profissional que eu quero ainda que não seja aquilo que mais me apetece fazer no momento. E esta dinâmica acaba por ser um hábito na minha vida.

Inicialmente pode ser um desafio implementar aquela ação que vai alavancar a minha profissão, mas com o tempo torna-se uma ferramenta fundamental na minha vida e faz toda a diferença

Responsabilizar-me

Responsabilizar-me pelas minhas decisões. Eu sei que sou eu a dona da minha liberdade na vida profissional, se eu tomo uma decisão eu assumo as consequências que essa decisão vai ter sejam elas melhores ou piores. Se as consequências não forem as melhores eu vou abrir-me a aprender com elas para que essa lição me possa servir para um futuro. Quando decidi sair da banca e comuniquei aos meus pais eles apoiaram-me totalmente, eles sentiam que eu não estava feliz naquele lugar. O meu pai inclusive disse-me “que bom que decidiste sair, eu não tinha falado nessa possibilidade contigo antes porque não me queria responsabilizar pelo teu futuro”. Esta frase que o meu pai me disse para mim faz todo o sentido, aquilo que resultar de uma decisão da minha vida precisa de ser assumido por mim, por mais ninguém. Quando culpamos o outro pelo que nos acontece na nossa vida na realidade estamos a entregar a responsabilidade da nossa vida ao outro.

Compromisso

O compromisso cria liberdade e em especial na vida profissional. A liberdade que tenho criado na minha vida não tem sido fazendo o que me apetece, mas sim comprometendo-me com aquilo que de verdade importa. Criei compromissos comigo e com a liberdade do meu negócio através dos hábitos que implemento na minha vida como por exemplo: criar artigos, vídeos, e conteúdo, colocar toda a minha presença e energia em cada sessão que facilito, querer desenvolver-me todos os dias um pouco mais.

Criar liberdade em sociedade

Sei que a minha liberdade acontece na sociedade. Todos nós somos seres únicos, mas com a missão de contribuir para a sociedade, ninguém consegue viver sozinho e isolado sem uma rede de sustentação. Então eu tenho consciência que não vivo sozinha no mundo nem isso seria saudável. As minhas escolhas tem por base a escuta do meu coração mas também coloco a intenção de que a minha ação seja para meu bem, para o bem de todos e do todo. Não faz sentido eu tomar decisões que me beneficiem a mim e prejudiquem alguém pois isso não me permite crescer em sociedade e isso é o verdadeiro egoísmo. Egoísmo para mim não é cuidar de nós, ter tempo para nós e colocar-nos em primeiro lugar na nossa lista de prioridades, egoísmo para mim é querer o nosso bem mesmo que isso implique algo de menos bom para o outro. E definitivamente isso para mim não está correcto nem nos permite criar a verdadeira liberdade na vida profissional.

Algo que sinto que representa o verdadeiro sentido de liberdade na vida profissional é a atitude de saber que cada um contribui de forma diferente para a sociedade e isso não faz com que alguém seja melhor ou pior. Isso faz com que todos sejamos necessários e tenhamos valor. Em vez de sermos submissos ou superiores sabermos que estamos todos para contribuir pela nossa forma única de ser. Todos temos valor, então em vez de uma postura de submissão a postura de liberdade é de servidão “eu sirvo através da minha forma única de ser para meu bem, para o bem de todos e do todo”.

O desenvolvimento pessoal está na moda, mas não é por estar na moda que muitas pessoas o procuram é porque é verdadeiramente preciso para que possamos contribuir através daquilo que somos como complemento da sociedade. Se queres fazer uma mudança profissional e ultrapassar os bloqueios que possam surgir nesse trajeto com apoio podes conhecer mais sobre o meu trabalho aqui

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