Imagina que estás sentado na tua secretária de trabalho, com um histórico de projetos bem-sucedidos, elogios de colegas e superiores na tua caixa de e-mail, e ainda assim, há uma voz dentro de ti que continua a sussurrar: “Tu não mereces isto. Foi sorte. Mais cedo ou mais tarde, vão descobrir que és uma fraude.” Este é o síndrome do impostor em ação.
O síndrome do impostor é uma experiência menta, que passa a ser também emocional, em que as pessoas, independentemente das suas conquistas, sentem-se fraudes. Acreditam que não merecem aquilo que conquistaram e têm um medo de serem “expostas” como incompetentes. Este fenômeno acaba por nos afetar a todos em maior ou menor grau independentemente de sermos estudantes ou executivos de alto nível.
De onde isto vem? A origem desta sensação pode incluir:
- Perfeccionismo: Acreditar que qualquer coisa abaixo da perfeição é falha pode alimentar sentimentos de inadequação.
- Comparação social: A comparação constante com os outros, o sentimento de inferioridade pode desencadear oeste tipo de pensamentos e sensações.
- Expectativas externas: Pressões familiares, culturais ou sociais podem promover o aumento da ansiedade e da dúvida sobre si mesmo.
Os efeitos do síndrome do impostor são significativos. Ele pode limitar as ambições da pessoa que o sente, fazendo com que evite novas oportunidades com medo de falhar. Afeta a saúde mental, alimenta a ansiedade a ansiedade e o estresse. Pode impedir a pessoa de procurar uma profissão alinhada consigo e de rejeitar oportunidades que permitam a pessoa viver os seus interesses e paixões nível profissional.
Quando alguém não acredita em si e naquilo que é capaz pode ficar limitado numa mudança profissional, pode escolher ficar numa atividade profissional aparentemente “segura”, mas que não traz sentido de realização e propósito. Quando alguém não reconhece os seus pontos fortes, as suas habilidades e competências fica a acreditar que não tem jeito para nada, pode evitar candidatar-se a posições que deseja por ter dúvidas na sua capacidade de desempenhá-la.
Reconhecer o síndrome do impostor é o primeiro passo para que possa ser superado.
E é exatamente isso que vamos explorar neste artigo. Vamos identificar esses pensamentos sabotadores, entender de onde eles vêm, e aprender técnicas práticas para superá-los.
Para que possas avaliar se o síndrome do impostor entra em ação muitas vezes na tua vida sugiro que reflitas sobre estas afirmações:
- Eu frequentemente sinto que meus sucessos são devidos à sorte ou a circunstâncias externas.
- Tenho medo de que os outros descubram que eu não sou tão competente quanto eles pensam.
- Eu comparo-me constantemente com os outros e sinto que estou aquém.
- Tenho dificuldade em aceitar elogios pelo meu trabalho.
- Atribuo os meus sucessos a fatores temporários ou externos, em vez de às minhas próprias habilidades.
- Sinto que preciso ser perfeito(a) em tudo que faço, caso contrário, sou um(a) fracassado(a).
- Eu preocupo-me constantemente em ser exposto(a) como uma fraude.
- Evito oportunidades profissionais que realmente desejo, por medo de não ser bom o suficiente.
- Sinto que não mereço o sucesso que tenho alcançado.
- Tenho dificuldade em ter presentes as minhas conquistas e duvido das minhas capacidades.
Quanto mais responderes sim às afirmações anteriores mais presente está este síndrome na tua vida e maior é a limitação no teu desenvolvimento profissional. E isto pode ter raiz em várias dinâmicas, nomeadamente:
- Definição de padrões demasiado altos que promovem autocrítica excessiva. O foco é direcionado para o erro e não para o reconhecimento do esforço e dos sucessos conseguidos o que alimenta uma sensação de inadequação.
- Comparação constante. Se és uma pessoa que medes as tuas capacidades pela comparação com outras que aparentemente são bem sucedidas podes estar a promover sensações de inferioridade e de não estar à altura.
- Quando há uma forte presença de uma determinada expectativa pelos familiares, amigos, conhecidos ou colegas podem criar uma pressão interna que muitas vezes faz com que a pessoa faça escolhas com base naquilo que os outros querem e muitas vezes sentem que não são suficientes porque pensam que os outros esperam mais delas.
- As experiências de infância também condicionam muito a forma como a pessoa se vê. Se alguém cresce num ambiente onde o amor e a aceitação dependiam do desempenho que que a criança tinha ela pode interiorizar que só tem valor se tiver um alto desempenho. Também a comparação pode ter origem nesta fase da vida pois são os adultos que muitas vezes comparam as crianças entre si e que as fazem sentir inferiores.
Até aqui já pudeste avaliar se este síndrome aparece ou não na tua vida e qual ou quais as possíveis origens.
Agora, como podes superá-lo?
- Sê gentil contigo, aceita que toda a gente comete erros e eles são uma grande aprendizagem.
- Reconhece os teus sucessos, celebra as tuas realizações e o esforço que investes nos teus projetos, repara como não é sorte, é esforço teu.
- Está consciente do tipo de pensamentos que tens e promove pensamentos positivos e construtivos sobre ti, fala contigo como falarias com o teu melhor amigo.
- Faz hipnoterapia ressignifica situações que viveste na tua infância, eventos que te marcaram e contraíram e reforça a calma, a confiança, o foco e a alegria. Sabe mais aqui.
- Compreende como as dinâmicas familiares podem estar a afetar o teu desempenho profissional Sabe mais aqui.
- Conhece-te, a tua profissão pode ser uma extensão de quem tu és, do que mais valorizas e do melhor que tens para oferecer. Sabe mais aqui.