Há muitas pessoas a passar por momentos em que sentem uma estagnação profissional. Deixam de se sentir a motivação e a satisfação que sentiram relativamente à sua profissão, têm a perceção que o seu potencial não está a ser desenvolvido, como se as suas habilidades estivessem bloqueadas. A estagnação também promove uma sensação de perda, como se as pessoas não soubessem o que fazer, que caminho seguir, como se reencontrar, resgatar os seus sonhos e caminhar em direção a eles.
Várias pessoas passam por este processo, eu própria passei por estes momentos. Hoje em dia há cada vez mais esta manifestação pois as pessoas acreditam que devem trabalhar para se desenvolverem, para cumprir um propósito maior do que ganhar dinheiro, para desenvolver os seus próprios interesses. A revolução industrial trouxe uma perspectiva do trabalho como uma forma de ganhar dinheiro para subsistir, porém cada vez mais as pessoas entendem o trabalho como algo muito superior a esta definição limitada de trabalho.
Passamos uma parte muito significativa da nossa vida a trabalhar pelo que é fundamental que possamos fazê-lo com motivação, energia e entusiasmo.
Aquilo que nos ajuda a passar de um processo de estagnação para um processo de evolução é uma tríade constituída por 3 elementos intimamente interligados:
O nosso pensamento
O nosso pensamento influencia diretamente a forma como nos sentimos. O nosso pensamento determinada a forma como olhamos para as coisas, aquilo que consideramos que é certo ou errado, a forma como nos descrevemos a nós próprios. Quando mudamos o nosso pensamento estamos a mudar o nosso sentimento e consequentemente a forma como agimos e procedemos no nosso dia a dia profissional.
Será que estamos a promover um pensamento que nos apoia a sair ou a ficar na estagnação? Vamos então abordar alguns fatores que podem ser diferenciadores:
-Evitar vs abraçar desafios
As pessoas que estão em evolução olham para os desafios como algo que lhes permite crescer, como uma forma de desenvolverem novas habilidades. Quando estagnamos deixamos de abraçar desafios, passamos a evitar os desafios. Talvez porque acreditamos que não temos capacidade, ou que não somos merecedores. As pessoas em evolução reinventam-se aceitam os desafios e a oportunidade que estes trazem para crescer. Sabem que a sua capacidade é passível de ser desenvolvida através daquilo que fazem e propõem-se a fazer novas coisas.
-Desistir vs persistir
Quando temos objetivos é natural que surjam desafios pelo caminho, nem tudo vai ser fácil. As pessoas em evolução sabem que a concretização do objetivo final passa pela superação de pequenas barreiras que se constituem como etapas, que depois de superadas, as aproximam da concretização daquilo que pretendem. As pessoas em estagnação profissional tendem a desistir com facilidade dos seus objectivos, às vezes nem tentam. E outras vezes deixam de definir objetivos pois os objetivos são desafios a serem superados. Ter objetivos é fundamental para que a pessoa se possa desenvolver e tenha uma direção.
-Não vale a pena vs no mínimo cresço
As pessoas que estagnam sentem que não vale a pena fazer algo para mudarem. Colocam questões como: “E se não for esta a profissão ideal para mim?” ou “E se não tiver sucesso nesta nova profissão, vou estar-me a esforçar para nada?”. As pessoas em evolução constante sabem que o objetivo de ter um objetivo é o quanto podem crescer e evoluir como pessoas e profissionais na prossecução desse objetivo. Quando não tentamos simplesmente não vamos saber como seria. Acredito que nunca me vou arrepender do que fiz e sim daquilo que não fiz.
-Ignorar feedback vs aprender com o feedback
O feedback é visto como algo essencial por pessoas que têm um pensamento de crescimento. O feedback pode ser o resultado que a pessoa está a obter na sua vida (nível de produtividade, volume de vendas…) ou também pode ser algo que outra pessoa diga como crítica construtiva. As pessoas com um pensamento de estagnação não gostam de olhar para os resultados menos positivos nem para as criticas que lhes permitem evoluir. Claro que é fundamental sermos críticos em relação aos feedbacks que recebemos. O que dizem os outros não deve contrair-nos, mas quanto mais refletirmos e avaliarmos se faz ou não sentido a informação que estamos a receber mais abertos estamos a evoluir.
Sentir ameaça pelo sucesso dos outros vs inspirar-me com o sucesso dos outros
As pessoas que vivem em estagnação não estão focadas na sua vida, muitas vezes estão focadas na vida que os outros têm, e ficam incomodadas com os resultados ou com o sucesso que os outros estão a obter na sua vida. As pessoas que vivem um período de evolução e crescimento olham para o resultado que os outros estão a obter como uma inspiração, identificando oportunidades, formas de fazer que estão a funcionar. Quando ficamos incomodados com o sucesso dos outros na realidade nós ficamos incomodados com o nosso próprio insucesso, com a nossa falta de capacidade atual de ir mais longe.
Não somos de uma forma ou de outra, são fases
Todos nós temos fases, há fases em que somos pessoas que evoluímos aprendemos e estamos disposto a colocar energia para trabalhar pelos nossos sonhos e há outras fases em que estagnamos e não estamos disponíveis para novos desafios e oportunidades, em que temos medo de falhar e não fazemos nada para mudar. Está tudo bem, o importante é tomarmos consciência para podermos mudar.
Quando estamos com pensamentos de evolução damos por nós a dizer coisas como: “gosto de aprender”, “estou disponível para aprender”, “errar faz parte do processo e é uma aprendizagem”, “eu sou o agente de mudança na minha vida”, “gosto de fazer as coisas de maneira diferente”, “eu encontro sempre soluções”.
Quando estamos numa fase de estagnação damos por nós a dizer coisas como: “Já sei isso”, “não tenho talento para isto”, “não sou boa a fazer isto”, “eu sou assim, sempre fui assim”, “sempre fiz assim”, “isto é muito difícil, não é para mim”, “eu não tenho tempo”.
A primeira coisa é identificarmos se estamos a promover pensamentos de crescimento ou de estagnação profissional. Depois podemos começar a mudar pequenas coisas que nos permitam trazer uma dinâmica de crescimento e evolução.
Sentimento
O sentimento de estagnação deixa de existir quando mudamos para um pensamento de evolução. Aquilo que sentimos em relação ao nosso trabalho muda se o nosso pensamento mudar.
Quando deixamos de pensar que não comos capazes, que nascemos assim e vamos ser assim, que não aprendemos, que não temos tempo. Passamos olhar para nós como pessoas capazes, como pessoas em evolução que aprendem sempre coisas novas e que encontram formas de fazer aquilo que se propõe. Isto faz com que passemos a acreditar mais em nós e desenvolvamos um sentimento de autoconfiança.
Quando deixamos de pensar que o nosso trabalho actual é a nossa única opção, que já somos velhos demais para mudar, que não temos capacidade para arriscar e passamos a perceber que temos várias habilidades, uma história e uma experiência de vida que pode ser útil ao mercado de trabalho, que estamos sempre a tempo de fazer o que quer que seja, que podemos planear e fazer uma mudança sustentada. Passamos a sentir-nos com possibilidades de escolha e não estagnação profissional.
Quando deixamos de olhar para o trabalho como uma obrigação e passamos a perceber que é uma forma de nos realizarmos, de desenvolver os nossos interesses, de desenvolver habilidades, de conhecer novas pessoas, de deixarmos uma marca pelo contexto onde passamos, de nos sentirmos úteis. Então nós deixamos de nos sentir obrigados para nos sentirmos entusiasmados quando olhamos para o nosso trabalho.
Comportamento
Aquilo que nós sentimos determina a forma como agimos – o nosso comportamento. A forma como nos comportamos vai ser determinante nos nossos resultados.
A partir do momento que pensamos que somos capazes e nos tornamos mais autoconfiantes começamos a fazer coisas com mais confiança e também a sair mais da nossa zona de conforto.
A partir do momento que percebemos que podemos aprender, desenvolver habilidades e que há alternativas no mercado de trabalho, começamos a sentir liberdade de escolha e isso faz-nos agir de forma a criarmos ou encontrarmos um trabalho mais alinhado connosco. Saímos da estagnação profissional para a ação direcionada.
A partir do momento que olhamos para o trabalho como uma forma de nos realizarmos, evoluirmos, sermos úteis e mais felizes, passamos a sentir-nos mais entusiasmados. Passamos a ir para o trabalho com vontade de ajudar, de tornar o contexto melhor através da nossa forma única de ser.
A tríade que nos tira da estagnação
Pensamento, emoção e ação são os 3 factores que integram a tríade que nos ajuda a sair da estagnação, eles interligam-se e influenciam-se. Quanto mais agirmos, mais resultados vamos ter o que vai promover pensamentos como: “faço aquilo a que me proponho”, “eu sou capaz”, “eu concretizo”. Os pensamentos gerados pelos resultados vão funcionar como uma alavanca para continuar a gerar comportamentos alinhados com o que pretendemos. Quando ainda não temos resultados precisamos de conscientemente mudar o nosso pensamento para que alteremos a nossa emoção e assim possamos comportar-nos de forma diferente.
Questões de reflexão
Deixo-te algumas questões que podes usar como reflexão para que possas libertar-te do estado de estagnação profissional e promover um estado de evolução avançando de encontro à vida que pretendes criar:
O que quero para a minha vida profissional?
Que pensamentos costumo ter e que pensamentos quero ter a partir de agora para concretizar o que pretendo?
Que sentimentos quero promover na minha vida a partir de agora?
Que comportamentos tenho tido? Que comportamentos quero passar a ter?
Se pretendes fazer um processo de mudança ou evolução profissional com acompanhamento personalizado podes conhecer mais o meu trabalho aqui
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