A confiança é um recurso que temos dentro de nós e ele pode estar mais ou menos ativo o que vai condicionar o processo de mudança profissional.
Podemos ser travados no nosso processo de alinhamento profissional por acreditarmos que não temos confiança suficiente, mas na realidade o nosso processo inicia-se a partir do momento em que percebemos que a confiança depende de nós e não dos outros ou das circunstancias.
Na realidade, a confiança é um músculo que se desenvolve e que pode ser uma grande alavanca na mudança profissional. Tal e como quando fazemos exercício físico para fortalecer os músculos do nosso corpo, conseguimos desenvolver a nossa confiança com determinadas dinâmicas das quais vamos abordar de seguida. Quanto mais nós fizermos diariamente para desenvolvermos este músculo da confiança mais fácil vai ser ultrapassar situações desafiantes como a falta de resultados nas nossas profissões.
Quando iniciamos uma mudança nem sempre vamos colher resultados de imediato, muitas vezes precisamos de ser persistentes para que os primeiros resultados cheguem. Quando eu decidi tornar-me coach e iniciar a minha atividade eu estive 6 meses sem ter um único cliente, ainda assim eu confiava que iria conseguir desenvolver-me nesta área. Foi essa confiança que me ajudou a chegar onde estuo hoje.
A confiança é como uma fé de acreditarmos em nós próprios e naquilo que pretendemos alcançar.
Factores que condicional a Confiança
O recurso da Confiança é condicionada por vários fatores, nomeadamente:
-O que nós acreditamos sobre nós e sobre o mundo
A conceção que temos de nós próprios pode ajudar-nos ou bloquear-nos no quanto acreditamos em nós e no nosso potencial. Aquilo que nós acreditamos sobre o contexto em que nos inserimos ou sobre o processo ao qual nos propomos pode ajudar-nos a encontrar soluções e oportunidades para atingirmos o objetivo profissional a que nos propomos ou ameaças e problemas. É importante sabermos quais são os nossos pontos fortes e assumirmos aquilo em que somos bons para que possamos acreditar no nosso potencial, tal como é importante olharmos para as situações como oportunidades. Olhar para além dos problemas ajuda-nos a encontrar melhores soluções ou significados para aquilo que nos está a acontecer. Quanto maior for a nossa capacidade de nos concentrarmos nas nossas qualidades e nas oportunidades do contexto maior vai ser a nossa confiança e mais facilmente vamos concretizar a mudança profissional a que nos propomos.
-A maneira como nós agimos
É a ação que nos traz resultados, quando não estamos felizes com os resultados que obtemos importa ter a capacidade de agir diferente. O nosso estado mental e emocional é condicionado pelas nossas ações. Para confiarmos precisamos de implementar ações que nos aproximem do resultado que pretendemos. Quanto maior for a nossa capacidade de ação alinhada com o que pretendemos maior vai ser o nosso nível de confiança. Quantas mais horas dedicarmos a ações que nos ajudem a atingir a meta profissional a que nos propomos mais próximos estaremos de lá chegar.
-Os pensamentos em que nos decidimos focar
A nossa mente está criada para nos proteger e para economizar energia. Na grande maioria do tempo pensamos com base na informação inconsciente que a nossa mente armazena e a maior parte das vezes essa informação limita-nos. Importa então iniciar um processo de reprogramação da mente, em que conscientemente alimentamos pensamentos expansivos, positivos e benéficos sobre nós e sobre o processo de mudança profissional que decidimos abraçar. Em vez de nos focarmos no que não temos, damos atenção ao que já temos e já construímos para ganharmos a tão desejada confiança que nos vai alavancar a nossa mudança profissional.
-O tipo de conversas que decidimos ter
As conversas mais comuns são sobre o quanto é que nos sentimos mal num determinado emprego, o quanto a empresa é injusta para connosco, o quanto os colegas são desleixados, o quanto o chefe não tem as qualidades que precisa. Esse tipo de conversas alimenta a estagnação pois estamos a colocar a responsabilidade da nossa vida profissional nos outros, na empresa, no chefe, nos colegas…. O tipo de conversa que alimenta a nossa confiança é aquele em que exploramos com outras pessoas possibilidades futuras, oportunidades, novas formas de fazer que nos possibilitem novos e melhores resultados.
-A informação a que acedemos
Todos nós escolhemos a informação a que acedemos seja conscientemente ou inconscientemente. O acesso em demasia a informação sobre as tragédias que estão a acontecer no mundo (Covid, guerra….) alimenta sentimentos de medo. O medo é o oposto da confiança. Quando nos alimentamos desse tipo de informação estamos a diminuir a nossa confiança. Passamos a ter uma visão limitada de um mundo sem oportunidades e alimentamos o receio relativamente ao futuro. Não digo não seja importante que nos mantenhamos atualizados, mas isso é muito diferente de estarmos horas a injectar medo dentro de nós. Por outro lado, quando alimentamos a nossa mente com informação de desenvolvimento pessoal, de estratégias de evolução e alinhamento profissional, de literacia financeira, investimentos, reprogramação da mente estamos a alimentar informação útil para o nosso dia a dia. Quanto maior o impacto positivo que a informação possa ter no nosso dia a dia melhor a qualidade de informação que estamos a consumir. Consumir informação que promova confiança é ajudarmos a nossa mente e corpo a avançar de encontro à mudança profissional que pretendemos.
-Postura física
A postura que cada um de nós adota tem um alto impacto nas nossas emoções. A postura de uma pessoa com alta confiança é uma postura com coluna direita, com ombros para traz, olhar em frente, sorriso no rosto. A postura de uma pessoa com pouca confiança é cabisbaixa, com olhar para baixo. Quanto mais consciência tivermos da nossa postura maior vai ser o nível de consciência sobre a nossa confiança. Podemos conscientemente trabalhar essa postura para que promovermos emoções expansivas como a confiança.
Os 3 pilares
Além destes pontos que te falo a Susana Torres no seu livro “O Milagre da Excelência” diz-nos que a construção da confiança tem por base um 3 pilares essenciais:
Coragem
Geramos confiança depois de fazer pela primeira vez uma coisa e de percebermos que não acontece nada de mal. E para fazermos algo pela primeira vez precisamos de ser corajosos e arriscar ainda que corramos o risco de falhar.
Há cerca de 10 anos saltei acompanhada, pela primeira vez, de parapente na Serra do Larouco. Confesso que eu gosto de correr riscos e sou corajosa, mas na realidade eu não sabia o que ia acontecer e sabia que corria algum perigo. Depois de realizar o salto e perceber como foi a descolagem e a aterragem e verificar que correu tudo bem fiquei mais confiante. Correr bem não significa que não houve alguns percalços. Logo na descolagem é preciso correr e saltar, eu ia acompanhada no salto pois não tenho carta para voar, então eu e o profissional que me acompanhava precisávamos de dar o salto em consonância. Na primeira tentativa não aconteceu o que fez com que caíssemos no chão logo na descolagem sem ninguém se magoar, não deixamos que aquele acontecimento nos parasse. Combinamos melhor como iríamos descolar os dois em conjunto e lá fomos.
Aquilo que te quero transmitir com esta história é que nem sempre vai correr tudo bem, mas é dando o primeiro passo e persistindo que conseguimos construir a confiança que necessitamos dentro de nós.
Quando queremos fazer uma mudança profissional não precisamos de “nos atirar” como eu fiz quando saltei de parapente, mas só o facto de iniciar os passos para uma mudança é preciso coragem, pois estamos a sair da nossa zona de conforto. Por exemplo, quando eu ainda estava na banca eu comecei, antes de sair, por fazer formação em consultoria imobiliária e algumas reuniões com possíveis parceiros. Foi necessária coragem para dar esses primeiros passos, mas também foram eles que me confirmaram que eu estava no caminho certo. Quando ia a uma reunião de uma possível parceria eu percebia o meu entusiasmo no meu corpo, o meu coração a pulsar, parece que voltava a ter vida dentro de mim – este foi um grande sinal de que estava no caminho certo, no caminho da vida.
Compromisso
O alcance de uma mudança profissional implica passar por um processo e ao longo desse processo corremos o risco de arranjar desculpas para não continuar. O compromisso mede o nível de comprometimento que temos para com a concretização da mudança profissional a que nos propomos. Vão provavelmente existir alturas desafiantes em que nos apetece desistir. Na grande maioria das vezes a fase inicial de uma mudança profissional é desafiante. Como te disse quando iniciei a minha atividade como coach estive os primeiros 6 meses sem ter um único cliente mas eu continuei sempre comprometida com o que pretendia atingir, até conseguir.
Se eu tivesse a coragem de começar e não tivesse o compromisso de continuar eu não tinha concretizado a minha mudança. Quanto mais comprometida eu sou maior o meu nível de confiança, pois eu hoje sei que consegui e celebro o facto de ter conseguido e isso dá-me confiança para continuar a evoluir.
Ter compromisso é dizer que vamos fazer uma coisa e fazermos aquilo a que nos propusemos, é decidir fazer algo e efetivar essa decisão com uma ação e essa ação deve ser replicada consistentemente com frequência.
Competência
A competência diz respeito ás capacidades ou habilidades necessárias para a mudança profissional acontecer. Ainda que não pareça quando mudamos profissionalmente levamos todos os nossos conhecimentos, experiência e habilidades, mas naturalmente que uma mudança exige o desenvolvimento de novas habilidades. Por exemplo quando eu decidi tornar-me coach eu fui desafiada a adquirir conhecimentos de desenvolvimento pessoal, a desenvolver a capacidade de escuta, a capacidade de fazer boas perguntas, a capacidade de mostrar novas perspetivas, a capacidade de comunicar. Então eu decidi implementar um conjunto de comportamentos que me apoiassem a desenvolver essas competências. Quanto maior for o meu conhecimento, a minha habilidade em fazer boas perguntas, e de comunicar maior será o meu nível de confiança a desempenhar a profissão que decidi seguir.
Estas 3 componentes essenciais devem ser conjugadas com a informação inicialmente abordada para que haja um trabalho integro e completo.
Espero que este artigo que apoie a desenvolveres a tua confiança, lembra-te que só traz diferença à nossa vida aquilo que nós decidimos efectivamente fazer diferente, não basta ter o conhecimento.
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